quinta-feira, 18 de novembro de 2010

USINA DO GASÔMETRO - ARTE E LAZER






     A Usina do Gasômetro de Porto Alegre,  entrou em atividade  em 1928  com a finalidade  de fornecer energia elétrica para a cidade e também para os bondes, principal transporte público da época. Através do  processamento do  carvão  para a obtenção de energia a usina funcionou até meados de 1970 quando foi totalmente desativada por causar problemas  ambientais com a  emissão de fuligem.  Apesar do nome a Usina do Gasômetro nunca produziu gás, porém recebeu este apelido por estar próximo a  área onde ficava a antiga Usina de Gás de Hidrogênio Carbonado, na rua Washington Luiz.









     Hoje a Usina do Gasômetro é um importante espaço cultural da cidade,  com muitas apresentações de cinema, teatro, dança, exposições, feiras e grandes shows ao ar livre. Não podemos esquecer que este local é um dos melhores lugares da cidade para se observar  o belo pôr-do-sol  no Lago Guaíba.










     O entardecer nas margens do Guaíba é um convite a contemplação e a meditação, seja um meditar de olhos abertos ou fechados, com certeza chegaremos a um estado auspicioso e tranquilo. Observar o Sol no horizonte é uma fonte de paz e também de inspiração, e  isto funciona plenamente quando estamos no aqui e agora, assim como diria Eckhart Tolle em seu livro "O Poder do Agora", presentes com nós mesmos, nos propondo a estar ali naquele momento, nos ofertando um instante de reflexão, introspecção ou um vazio no sentido do conceito budista de "sunyata", não apenas o não pensar, mas  também pode ser entendido que a natureza de todas as coisas e fenômenos deste mundo e do universo não possuem existência própria ou verdadeira assim como compreendemos, contudo  neste sentido seriam  vazios e ilusórios.




quinta-feira, 14 de outubro de 2010

CONTEMPLANDO AS IMAGENS


                              
     Sejam bem vindos amigos, espero que simpatizem com este novo espaço na blogosfera, que trata basicamente sobre fotografia e filosofia. Entendemos que estes temas são tão extemporâneos e universais que poderíamos praticamente descrever sobre qualquer assunto do nosso interesse na noosfera, mundo do pensamento, e assim o faremos, porque “filosofar necesse est, vivere non est necesse”. Acredito ser conveniente dizer neste momento, que não precisamos ser excelentes conhecedores da filosofia, nem mesmo ter estudado ou feito uma faculdade do gênero, pois o ato de filosofar está em nossa essência, e como diziam Aristóteles e outros filósofos anteriores: está na admiração e na perplexidade, assim na curiosidade, na busca por explicações sobre nossa existência e sobre esta tal realidade que nos envolve. Precisamos apenas praticá-la, através do confronto de idéias, da dialética e principalmente pela busca do saber, que vai muito além da filosofia grega clássica e do conhecimento racionalista, científico, teórico e empírico. Necessitamos também de um conhecimento profundo e superior do mundo e do homem, que dá sentido à vida humana, de caráter intuitivo e transcendental, e na minha visão quanto mais universais nós formos mais capacidade teremos para compreender e interagir com o mundo que nos cerca.


     Tudo certo, mas qual a relação da fotografia com a filosofia? Eu penso que estes dois assuntos estão intimamente relacionados, no que pese que a fotografia possua o potencial de capturar um momento do espaço tempo aprisionando-o na matéria, e um bom exemplo disso está na infografia de pinturas rupestres, arte que teve início no período paleolítico superior, preservando a memória de povos antigos, seus hábitos e pensamentos através dos signos gravados nas rochas e cavernas. Outro aspecto importante da fotografia esta na capacidade de deslocamento da percepção do observador, podendo levar a uma crise de convicção do óbvio, um questionamento da realidade e dos modelos existenciais, uma inquietação, levando assim a reflexão filosófica.


     A fotografia a priori, propõe ao observador uma forma de linguagem para a construção dos sentidos, o mundo imagético serve como um acervo de fragmentos perceptivos da realidade. Na filosofia da Caixa Preta o Filósofo Vilém Flusser explica que uma filosofia da fotografia serviria como agente libertador do homem de um mundo programado, no qual se encontra às regras e obrigações.


     A teoria de Vilém é muito interessante e me faz lembrar do filme Matrix de 1999 dos irmãos Wachowski,  protagonizado por Keanu Reeves e Laurence Fishburne. É interessante observar neste filme que a realidade vivida por Neo é apenas um programa de realidade virtual, porém com a ajuda de Morpheu ele consegue acordar para uma nova existência após tomar a pílula vermelha e perceber que esteve o tempo todo vivendo uma ilusão.


     A vida é um conjunto de evidências, ocupando todos os espaços da realidade, como se fosse a realidade. Assim nós temos apenas idéias e concepções da realidade e não dela propriamente dita. Portanto a realidade  mesmo que nos pareça óbvia não significa que seja verdadeira, pois ela pode ser falsa. Existe um sistema de crenças e valores influenciando nossas vidas e na maioria das vezes seguimos esses padrões culturais, religiosos, normas, regras e leis sem nos questionarmos o sentido e a validade de tudo isto.


     Recomendo, para quem ainda não leu, a leitura do mito da caverna de Platão no livro A República, tem tudo a ver com o assunto, pois uma boa parte da humanidade ainda esta nas "sombras" acreditando em imagens ilusórias refletidas na parede. 


     Aliás, mudando de assunto, a foto tema do blog eu tirei aqui na beira da praia de Ipanema e dei um tratamento com um filtro de envelhecimento. Gostaria também de elencar os motivos que me levaram a iniciar este blog, mas isto já é conversa para outro post.